segunda-feira, 11 de março de 2013

Triste relato do homem sem esperança

Sua respiração já é fraca, seu coração bate mais rápido, já não sabe onde está. É muito subjetivo estar em algum lugar quando em toda a parte as pessoas são iguais. Rostos diferentes, as mesmas ações e justificativas, nem as cervejas são melhores quando já se está bêbado demais para notar. E lá estava ele, já não controlava sua mente, era dominado por lembranças ruins e pensamentos tortuosos. Lembrava de amores jogados fora, rejeições, uma vida jogada fora por conta da depressão que sempre assolou sua mente. Pensava tanto, sempre foi letrado, criticou a sociedade, pichou tantos muros que viu a vida passando a sua frente e nada mudar, ninguém mais sentir o que sentia, viu a vida engolindo a todos e esperou a sua hora de ser a presa. Dessa forma o sistema lhe parou, lhe oferecendo o desejo de morte, o doce veneno do desafio pecaminoso que queria correndo em suas veias. E lá estava ele, jogado numa sala, estaria longe de casa se ainda tivesse uma, mas não precisava. A única coisa que supre sua necessidade agora é um baseado pra aliviar sua dor e sua mente pra trazê-la de volta. A dor de um sentimento nunca cumprido, de um sonho nunca realizado, a dor que o mundo nos enfia goela abaixo, ele sentia, sentirá para sempre, pois quem uma vez é golpeado pela vida, levará suas cicatrizes até o fim.

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